“Como o Open Banking e as novas tecnologias podem ajudar as empresas a ter um maior e melhor acesso ao crédito” foi o tema da edição da última sexta-feira, 30, do Encontro com Empresários, promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (Fiema). Remotamente, empresários tiveram acesso a informações sobre o novo sistema que promete revolucionar a indústria financeira e já está sendo implementado no Brasil. O Encontro foi conduzido pelo superintendente da entidade, César Augusto Miranda, com a participação de especialistas nacionais do setor financeiro.
“A Fiema, apesar de toda a dificuldade da pandemia, não parou e continua no esforço para melhorar a vida do nosso industrial e empresário. Hoje estamos aqui para tratarmos de questões bancárias, para as empresas terem maior e melhor acesso ao crédito, demanda constante dos nossos sindicatos e empresários maranhenses”, justificou o superintendente, pontuando a atuação do Núcleo de Acesso ao Crédito da Fiema na coleta das dificuldades do empresariado.
Mas, afinal, o que é Open Banking? Por definição, o Open Banking é um conjunto de regras e tecnologias que vai permitir o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras por meio da integração de seus respectivos sistemas.
“As instituições vão pedir pra usar seus dados para te oferecer um serviço melhor e personalizado, mas vão precisar do seu consentimento para fazer isso”, explicou um dos convidados do Encontro com Empresários, Rodrigoh Henriques, líder de Inovação da Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) e coordenador LIFT.
Henriques, juntamente com Luiz Falbo Di Cavalcanti, fundador da Fintech KALEA (marketplace reverso do crédito empresarial, acelerada pelo LIFT LAB do Banco Central, com apoio da Microsoft), e integrante do HUB de Inovação do Banco do Nordeste, e a mediadora Danielle Teixeira, líder de comunidade LIFT e designer de Inovação Fenasbac, detalharam o Open Banking para os empresários maranhenses, que tiveram suas dúvidas sanadas durante a apresentação.
Operacionalização – De acordo com os especialistas, o Open Banking vai permitir que os bancos conversem sobre os clientes e analisem, por exemplo, valor de cheque especial, últimas faturas do cartão de crédito, financiamentos, se o cliente é um bom pagador, transformando em mais competitivas as ofertas de serviços e produtos das instituições financeiras para empresas e cidadãos.
Isso será operacionalizado dentro do KALEA, que funciona como um assessor de crédito digital do Banco Central. A plataforma permite que as empresas possam apresentar suas informações, objetivos de crédito, as garantias que se propõem a disponibilizar, e com isso terem a oportunidade de receber propostas objetivas de crédito, mais personalizadas e em condições mais competitivas, dos agentes financeiros que se interessarem previamente em seu perfil, reduzindo juros, alongando perfil da dívida e melhorando seu fluxo de caixa.
Dentro do fluxo do KALEA, o cliente sabe quem solicita seus dados e recebe uma notificação para liberar o acesso para cada agente financeiro que solicita a abertura de informações para análise aprofundada.
Luiz Falbo di Cavalcanti explicou que, para se chegar a essa plataforma inovadora observou-se o mercado e a sociedade, onde há, de um lado, muitos serviços digitais sendo construídos para facilitar a vida da população no aspecto financeiro, e do outro, empresas que não os conhecem, ainda sentindo dificuldade em acessá-los.
“Precisava de um modelo que fizesse a conexão entre as inovações que estão sendo promovidas pelos bancos e as empresas. Se pensar em crédito, o modelo tradicional é o empresário bater a porta do banco e conversar com o gerente, e o cliente ainda ter que escolher o tipo de crédito. Já a inovação que trouxemos pelo mercado financeiro, propõe o inverso. Hoje nós utilizamos aplicativos como Uber e IFood e conseguimos confiar nessas plataformas, um modelo totalmente diferente da que utilizávamos antes. Antigamente, a gente ligava para os restaurantes para pedir comida”.