Do blog Neto Ferreira
O esquema do orçamento secreto não se limita a atender a demandas de deputados e senadores. Um documento emitido pelo Senado Federal revela que o Governo do Maranhão, sob a gestão de Flávio Dino (PSB), foi beneficiado em cifras estratosféricas.
Entre 2020 a 2022, Dino, através do seu governo, recebeu mais de R$ 30 milhões em recursos públicos via emenda do relator (código técnico RP-9), mais conhecida como “orçamento secreto”.
Documento obtido pelo blog do Neto Ferreira mostram que a verba saiu por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales Do São Francisco e do Parnaíba – Codevasf; Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior; Fundo Nacional De Aviação Civil – Fnac; Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação; Fundo Nacional de Saúde; Ministério da Cidadania; Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos; e Ministério do Desenvolvimento Regional para patrocinar ações da gestão de Flávio Dino.
Especificamente, o dinheiro foi alocado nas pastas da Saúde, Educação, Mulher, Esporte, Direitos Humanos, Indústria e Comércio, além da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
A nota técnica diz ainda que chegaram a ser empenhados R$ 45.926.203,05 milhões pelos deputados e senadores para serem enviados ao governo dinista, porém desse montante foram pagos R$ 33.442.878,32 milhões.
O famoso “orçamento secreto” é um mecanismo usado pelo governo Bolsonoro para cooptar apoio de deputados e senadores no Congresso Nacional e, assim que veio à tona, foi duramente criticado pelo próprio Flávio Dino nas redes sociais, inclusive, criminalizando a emenda do relator mesmo sabendo que o seu governo utilizou a verba pública oriunda do ‘esquema’.
“Estamos vendo, aos olhos de todos, o maior desvio de dinheiro público da História brasileira. Este tal ‘orçamento secreto’ é o maior desvio de recursos federais da História brasileira. Nada chega perto disso”, disse em uma entrevista.
Nas redes sociais, também chegou a dizer que se fosse eleito para o Senado não iria usar o dinheiro da emenda do relator, já que considera o “orçamento secreto” como ilegal, inconstitucional e e imoral.